Julita inspirou a criação da Fundação que, em uma dedicação eterna, leva seu nome. E ainda é inspiração! A energia de amor à família e a força da luta dos seus antepassados por justiça social, presentes em sua biografia, estão vivos até hoje no dia a dia da organização. São alimento, movimento e energia para as ações socioeducativas e de garantia de direitos dedicados pela Fundação Julita há 70 anos.
Filha de Martinho e de Albertina, Julita da Silva Prado nasceu em 1879. Teve uma referência de força em sua avó paterna, Veridiana Valeria da Silva Prado, uma mulher divorciada e que administrava fazendas de café da família. Também convivia com políticos e intelectuais da época. Dona Veridiana era uma mulher de coragem! Ao morrer, deixou parte da herança para a Santa Casa de Misericórdia.
O pai de Julita, Martinho, continuou o legado da mãe. Atuou fortemente na política. E chegou a ser considerado um dos maiores produtores de café do mundo. Martinho se casou com Albertina em 22 de janeiro de 1869. Desta união, nasceu Julita.
A história de Julita se conecta com a de Antonio Manoel Alves de Lima. Deste encontro, surge uma aspiração que impacta o território do Jardim São Luís, periferia da capital de São Paulo, até os dias atuais.
“Conta a lenda que Antonio Manoel um dia sonhou com Julita e ela lhe pediu para construir uma escola na região mais ensolarada de suas terras. E assim a Fundação Julita foi fundada, em 1951. Além da escola, cuja construção se mantém preservada até hoje, o espaço era composto de casinhas para abrigar migrantes rurais que chegavam à cidade. A organização nasceu preservando o meio ambiente e com intenção de cooperativa. Ali as famílias plantavam e colhiam seu próprio sustento, juntas. Em torno de uma escola rural”.
O casal teve cinco filhos: Stella, Vera, Antônio, Jorge e Maria Izabel. A mais nova, Maria Izabel, faleceu ainda quando criança aos dois anos de idade. E a homenagem à sua memória hoje dá o nome à creche da Fundação Julita: Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Izabel.
Julita e Antonio Manoel viveram por anos juntos até a morte dela, em 1945. Há raros registros sobre a história da Julita. É possível dizer, com base nos poemas dedicados a ela por Antonio Manoel, que era “amável, companheira, generosa e um ser de luz".
A saudade deste amor e da mulher com quem compartilhou a vida esteve presente nos poemas e escritos (alguns psicografados) de Antonio Manoel, pelos 24 anos em que viveu sem ela ao seu lado. Da mesma forma, a alma benevolente e de luz de Julita permanecem no cotidiano da organização, iluminando famílias e gerações do território do Jardim São Luís, e não serão apagados nem pelo tempo e nem pela morte!
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(Colaboração na escrita deste texto: Leidyla Nascimento)
(poema escrito por Antonio Manoel em 27-04-1946)
“Julita, minha querida,
Nunca estarás esquecida,
Pois vives no meu coração
E sempre na minha imaginação.
Juntos a vida atravessámos
E sempre nos amámos.
Nos primeiros trabalhos me ajudastes
E nos meus esforços sempre me apoiaste.
Por terras e mares viajámos
E contentes a vida levámos.
Nossos filhos sempre nos acompanharam
E nossas preocupações assim tiraram.
Embora os anos passassem
E nossas ideias se transformassem,
Sempre perdurou nossa amizade
Que afastou qualquer ansiedade.
Tua lembrança, agora, é uma felicidade,
E, me sinto mais forte, mais animado,
Pois, em espírito, estás ao meu lado”.
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